Câncer é o nome que damos ao grupo de doenças em que as células do corpo começam a se multiplicar de maneira descontrolada e anormal.
São mais de 200 tipos de câncer, mas apenas alguns acontecem na infância e adolescência.
Anemia sem uma causa aparente. Em alguns casos pode vir acompanhada de dor nos ossos.
Febre prolongada sem motivo ou que acontece de forma irregular: aparece e desaparece.
Caroços que crescem sem dor e estão presentes mesmo sem um quadro inflamatório.
Dor nos ossos ou nas juntas. Ela pode vir acompanhada, ou não, de inchaços pelo corpo.
Dor de cabeça que não melhora com o uso de analgésicos. Pode vir acompanhada de vômito.
Emagrecimento sem motivo aparente.
Manchas que aparecem sem ter tido trauma no local. Podem ser amarelas, vermelhas e roxas.
Reflexo branco nas pupilas, visto principalmente em fotos com flash, famoso “olho de gato”.
Barriga inchada. Pode vir junto com dor, diarreia, vômitos, constipação (prisão de ventre).
Sangramento ou hemorragia, que pode acontecer pelo nariz, na gengiva, na urina ou nas fezes.
Cansaço ao fazer qualquer pequeno esforço, atividade ou brincadeira.
Enjoo ou náusea que podem vir acompanhados de vômito e dor de cabeça.
Crescimento do olho. Pode ter mancha roxa no local.
Câncer que atinge os glóbulos brancos, os famosos leucócitos. A medula óssea começa a multiplicar células anormais, que substituem as células saudáveis do sangue.
As leucemias mais comuns em crianças e adolescentes são:
• Leucemia Linfoide Aguda (LLA).
• Leucemia Mieloide Aguda (LMA).
• Leucemia Mieloide Crônica (LMC).
É o tipo de câncer no sistema linfático. Ele se desenvolve quando as células linfáticas começam a se modificar e multiplicar sem controle. Os linfomas são classificados de acordo com o tipo de célula, tamanho, forma e padrão.
Os tipos de linfoma são:
• Linfoma de Hodgkin.
• Linfoma não Hodgkin.
Os tumores do Sistema Nervoso Central, ou tumores cerebrais, se desenvolvem a partir do crescimento de células anormais no cérebro da criança ou do adolescente.
O tipo mais comum de câncer infantojuvenil nessa área é o meduloblastoma, entre crianças de 4 a 9 anos.
Osteossarcoma é o tipo de câncer mais comum nos ossos. As regiões que mais acontecem são: joelho, fêmur e ombro.
Um dos sintomas é a dor nos ossos, confundida muitas vezes com a dor de crescimento. Por isso é muito importante ficarmos atentos, se a dor persistir, investigar!
Nefroblastoma é o câncer que se origina no rim. O mais comum em crianças é o Tumor de Wilms, mas é importante saber que existem outros tumores renais raros como o nefroma mesoblástico.
Raro ou comum, na maioria das vezes é possível apalpar uma massa abdominal que é um sinal de alerta.
Hepatoblastoma é um tipo câncer que se desenvolve no fígado. Geralmente acontece em crianças de 0 a 4 anos e é mais comum em meninos.
Vários exames podem ajudar no diagnóstico. A ultrassonografia do abdômen, vulgo barriga, é um excelente início para investigar!
Tipo de câncer que começa nos neuroblastos, que são células embrionárias, e atinge o tecido nervoso e as glândulas adrenais. É o tumor mais comum em crianças de até 1 ano de idade e às vezes já está presente desde o nascimento.
Apesar do nome parecer que é um tumor cerebral, temos que lembrar que neuro é de sistema nervoso.
Sarcoma de Ewing é um tumor que ocorre principalmente em ossos ou em partes moles em volta dos ossos. É mais comum na perna, na pelve, nas costelas ou no braço.
Os sintomas são muito parecidos com os de torção ou ruptura de ligamentos. Por isso, é importante sempre ficar de olho em sintomas que não melhoram.
O rabdomiossarcoma surge de células que deveriam se tornar músculos, mas viraram esse tipo de câncer. O rabdomiossarcoma faz parte do grupo de sarcomas de partes moles.
Normalmente ele é uma massa no corpo que não dói e cresce rapidamente.
Retinoblastoma é o câncer na retina, aquele tecido fino que fica em volta dos nossos olhos. Ele geralmente acontece em crianças menores de 2 anos.
Muitas vezes ele pode ser detectado por fotos, quando a criança fica com o olho branco ao usar o flash, também conhecido como olho de gato.
Os tumores de células germinativas podem ser gonadais, quando se localizam nos ovários e testículos, ou extragonadais, quando se desenvolvem fora das gônadas.
Não são tão comuns, mas podem ocorrer em partes do tórax, entre o peitoral e a coluna, no cóccix, no abdome ou na pelve.
O exame anatomopatológico, ou histopatológico, é aquele que não pode faltar quando há suspeita de câncer. A partir da amostra retirada através da biópsia, é feita uma avaliação microscópica que vai dar a precisão do diagnóstico.
Cintilografia óssea é um exame não invasivo para detectar diversos tipos de câncer. Por meio dos medicamentos radioativos é possível identificar anormalidades em órgãos internos, ajudando a intervir o quanto antes.
O ecocardiograma, apesar de não determinar o diagnóstico, é um exame essencial para observar se a função do coração está em dia.
Eletroencefalograma, ou EEG, examina a atividade elétrica do cérebro, ou seja, como ele está funcionando. É utilizado quando há suspeita de tumores cerebrais, como exemplo o meduloblastoma.
Exame de sangue, ou hemocultura, ajuda a verificar se há marcadores tumorais no sangue. Em alguns tipos de câncer, esse exame auxilia no diagnóstico.
A punção lombar, ou punção liquórica, é necessária para coletar o líquido cefalorraquidiano, ou líquor, da medula. No caso de suspeita de tumores que afefam o sistema nervoso central, como meduloblastoma, é um exame essencial.
O mielograma é um exame de diagnóstico que avalia o funcionamento da medula óssea. Em caso de suspeita de leucemia e linfoma, o mielograma precisa ser solicitado.
PET é abreviação de tomografia por emissão de pósitrons. O PET Scan, ou PET-CT é um exame de imagem usado para investigar e diagnosticar o câncer. Ele também é muito utilizado para acompanhar a evolução do tratamento.
O raio-x, ou radiografia, é importante para ajudar no diagnóstico de tumores ósseos como, por exemplo, o osteossarcoma.
A ressonância magnética é um tipo de exame por imagem que determina o tamanho e o local que o tumor está. É útil para ter a visão dos tumores nos orgãos, mas não os efeitos que eles estão tendo no corpo.
A tomografia computadorizada mostra os detalhes das imagens dos órgãos, ossos e tecidos moles. Pode ser feita com ou sem contraste, dependendo de cada caso. É um excelente método para auxiliar no diagnóstico!
A ultrassonagrafia é um dos exames que pode acompanhar o paciente desde o período de investigação. Muitas vezes é a partir dele que é possível ver alterações nos orgãos, ajudando no diagnóstico de alguns tipos de câncer, como neuroblastoma e rabdomiossarcoma.
”Paciente com suspeita de câncer”, “paciente do leito 8”, “mãe do paciente”, “paizinho”, não é legal.
Chame pacientes e acompanhantes pelos seus nomes. Se você ficar com dúvidas como pronunciar, pode perguntar.
A gente sabe que muitas vezes é difícil ter privacidade, mas evite conversar no corredor, na recepção, de pé e com pressa.
Procure um lugar calmo e silencioso, sente e acolha seu paciente.
Família, cachorro, gato, galinha – como já disseram os Titãs.
Família é quem você considera que seja sua família. E a do paciente também. Pergunte quem são as pessoas da família e sua rede de suporte.
Não aja como se a criança ou adolescente não estivesse ali.
Ele pode te ajudar dizendo o que está sentindo, onde dói, o que incomoda. A não ser que a idade ou a condição impeçam essa comunicação.
Termos como “luta”, “guerreiro”, trazem uma visão bélica, de ganho e perda, gerando cobranças e angústias nos pacientes.
Prefira usar termos como “tratamento”, “procedimentos”, “próximos passos”.
Calma, pode estudar mais um pouco que já já lançaremos o quiz para testar seus conhecimentos.
Precisa de ajuda? Dicas de tipos de câncer de acordo com os sinais e sintomas. Em breve.
Quanto mais pessoas souberem, mais crianças e adolescentes vamos ajudar. Compartilhe!
Graduação em Comunicação Social, pós-graduada em Tecnologia da Informação e Medicina Integrativa, especializada em Cuidados Paliativos e mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem da USP.
Fundadora e presidente do Instituto Beaba.